Ontem um amigo me deu um insight para o texto de hoje. Ele me perguntou: “Guto, você sempre faz palestras de empreendedorismo, Inovação Social e Microcrédito. Mas o que de fato tem acontecido no país? De inspirador mesmo”. Bom, então resolvi escrever sobre algumas coisas que estão acontecendo agora, enquanto escrevo, e que tem mudado a realidade de muita gente.
A questão aqui não é a definição técnica de negócios sociais, inclusivos ou de impacto. Esta é uma discussão longa e densa. Prefiro ver negócios sociais como um ideal social que que tomou forma e caminhou para um negócio e não o contrário. Dentro desta lógica está oSALADORAMA, Hamilton Henrique, do RJ. Ele e seu time perceberam que nas favelas e comunidades pouco estruturadas o conceito de salada era apenas de comer cebola, alface e tomate. Inconformado com isso ele criou o movimento em que ensina que salada é mais que estes três itens. Começou a validar seu modelo nas comunidades do RJ, ensinando a importância de colocar mais coisas nesta mistura. Cenoura, beterraba, agrião e o que você puder imaginar. E por um preço compatível não só com a realidade da galera, mas também com a qualidade que antes ninguém tinha acesso. POW ! Ele estourou depois de ter seu negócio incubado pelo pessoal competente da Yunus Social Business. Este é um caso claro de demanda social reprimida (na área da alimentação e saúde pública) e que depois de uma indignação e percepção de utilidade e valor, virou um negócio. Vejam que a lógica é oposta a apenas negócio social. Não se partiu aqui para ganhar dinheiro. Partiu-se para resolver o problema social, acreditando-se que isso seria viável e rentável. Hoje ele está em mais de 4 comunidades do RJ, acaba de entrar em Recife e daqui a pouco desembarca em São Paulo.
Outro exemplo é o DÁ PRA IR, do empreendedor João Santiago. Eu o conheci na Campus Party de São Paulo deste ano. Eu estava como mentor dos empreendedores sociais e um jovem, cadeirante, com deficiência de atrofia muscular, estava buscando alguém para lhe auxiliar. Quase passava em branco, pois ninguém lhe notava. Mas ele havia vindo do Ceará e não estava disposto a desistir. Acompanhado de sua mãe, pediu para alguém lhe atender. Eu estava jantando e fui chamado pra ver o que estava acontecendo. A história é longa, mas resumindo bem, ele tinha criado, sozinho, um aplicativo em que as pessoas com deficiência pudessem encontrar bares, restaurantes, qualquer estabelecimento que tivesse, de fato, acessibilidade. Fizemos a história do João ser o grande case da Campus Party e ele saiu de lá com o aplicativo funcionando, graças também ao apoio de outra empreendedora, a Juliana, da empresa Carambola. Ele ainda está na “lida”, mas o potencial é enorme e mais uma vez foi um negócio que tomou forma depois de uma demanda social identificada e vivenciada. Uma ideia social foi o grande caso da Campus Party, o maior evento de tecnologia para jovens do mundo.
Posso citar muitos outros, mas estes dois me dão a base para debater o futuro deste ramo no Brasil. Ele é escalável? SIM. É útil? SIM. Rentável? Check. E mais. Tem propósito. É mais que um mercado de possíveis bilhões no Brasil, é uma oportunidade de dar forma ao sonho de milhares e de resolver o problema de milhões. Sim, acredito que estamos falando de uma revolução mesmo. De pensamento e atitude. Quem são os caras que nos inspiram nesta caminhada? Ahhhhh agora vc vai pirar. Simples. Todos que tenham uma vida de dedicação a um bom ideal. Senna, Betinho, Yunus, Bunker Roy, Prahalad, Mandela, Madre Tereza, Gandhi, Mauricio de Sousa, Les Brown, Disney, Jobs, Hawking, Einstein. A lista não tem fim. Fazemos parte do maior grupo de loucos da história. E o que isso tem a ver com economia amigos? Tudo.
Veja e decore a equação. A cada novo empreendedor social um sonho de impacto toma forma, com potencial de mudar a vida de milhares, milhões de pessoas. Isso em todas as áreas do conhecimento. Educação, Saúde, Alimentação, Mobilidade e outras. A cada avanço você promove uma melhora nas condições da base da pirâmide e inclusive uma possível redução de gastos públicos. Já é um mercado de bilhões de dólares no mundo. E não é de hoje. Quanto mais cedo entendermos esta roda de ganho social e econômico, teremos um país melhor e mais justo. E o mais legal de tudo. Com muito mais empreendedores, engajados em uma mudança que hoje já é o plano B de todo mundo. Que façamos ele ser o A. A meta. O objetivo. Milhares de ideias sociais estão tomando forma no Brasil. Eu sou CEO de uma que já existe há 15 anos, baseada no sonho de um dos caras que escrevi acima. Já ajudamos empreendedores com mais de R$ 350 milhões. E você? Vai ficar fora dessa? Não faça parte do atraso e do comum. Venha pra vanguarda do João, do Hamilton. Mude o mundo. E seja bem remunerado por isso.
Importante: As opiniões contidas neste texto são do autor do blog e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney.
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